Quarta-feira, 9 de Julho de 2008
Saiu o artigo no Púlico
Transcrevemos o arigoa que saiu no Público e que regista a conversa que
tivemos com o arquitecto Oliveira Dias. Gostamos! Aqui vai...
Todas as ideias disponíveis na Internet
02.07.2008, Patrícia Carvalho
Cinco alunos da Escola Secundária Filipa de Vilhena discutem com o arquitecto Filipe Oliveira Dias projectos para quarteirão das artes
O trabalho dos estudantes do 12.º J está disponível na Internet. Ali poderá descobrir as ideias criativas e não criativas que tiveram para a zona de Miguel Bombarda. Em breve, esperam publicar um roteiro da área, para saber mesmo tudo.
http://bombarte.blogs.sapo.pt
A Pingue-pongue. Ninguém deixa cair a bola e, por vezes, os estudantes nem esperam que o arquitecto Filipe Oliveira Dias dê uma resposta: esclarecem-se uns aos outros. Um grupo de alunos do 12.º J da Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto, andou todo o ano lectivo a analisar a zona da Rua de Miguel Bombarda, avançando com propostas para o espaço. O projecto ganhou um 1.º prémio na iniciativa nacional Cidades Criativas, destinado, precisamente, a incentivar as escolas a envolver-se com as cidades onde estão inseridas, no âmbito da Área de Projecto. Cinco alunos, do grupo de 16 que integrou o projecto Bombarte, aceitaram trocar umas ideias com o arquitecto que tem, precisamente, um projecto para a requalificação da Miguel Bombarda. Afinal, ele até foi aluno na mesma escola.
"Eu andei na vossa escola." A frase de Filipe Oliveira Dias é acolhida com risos e uns "Ai, sim?" quase aliviados, como quem diz: "Ah, é um de nós". A Beatriz, a Mafalda, o Rui, o João e o Pedro tinham-se preparado para a conversa, mas uma frase quebra-gelo cai sempre bem. O arquitecto deixou que fossem eles a começar com as perguntas. E eles tinham muitas.
"É vantajoso fechar a rua ao trânsito que não seja prioritário?", quer saber a Beatriz. O projecto não é bem esse, explica o arquitecto: o trânsito que precisar de ir a Miguel Bombarda vai passar, mas num conceito de piso diferente, como se toda a área fosse um enorme passeio de peões. "Como em Cedofeita", percebe a Mafalda. É isso.
E, já que se falou em Cedofeita, a Mafalda aproveita: "Cefodeita tem muita luz, Miguel Bombarda não chama a atenção. De dia, tem um aspecto um bocado degradado. À noite, não tem luz nenhuma". O João volta ao tráfego. "O estacionamento vai ser proibido?" O arquitecto confirma. "Isso sim, excepto para cargas e descargas." Além disso, acrescenta Oliveira Dias: "A zona tem imenso estacionamento, que não está a ser usado a metade da sua potencialidade".
Mas a Beatriz desconfia que os portuenses, habituados a levar o carro quase até dentro das lojas, se conformem com a impossibilidade de o fazerem. O arquitecto aproveita para falar das cidades, da desertificação do Porto, dos preços caros da habitação, do abandono dos jovens, que partiram para a perifaria. Mas não se esquece da pergunta: "Muita gente começa a entender que a qualidade de vida passa por estacionar o carro e andar à vontade".
Então e a falta de hábito nacional de sair, andar na rua, quer saber o Pedro. Uma Miguel Bombarda requalificada é capaz de combater isso? Oliveira Dias responde com uma pergunta repetida a cada um: "Tu gostas de sair? E tu, gostas? Gostas?". Todos respondem que sim. "É uma questão de se criarem condições", defende o arquitecto.
A Beatriz não está convencida. "Criaram-se muito hábitos de shopping, com todas as facilidades que têm. Será que as pessoas se vão adaptar a não ter essas comodidades?", pergunta. Aqui, a Mafalda nem deixa o arquitecto responder à colega. "Mas também há muitos jovens, como nós, que começam a estar um bocado fartos e procuram coisas diferentes", diz, resolvendo a questão.
Então e a pequena criminalidade, pergunta o Pedo. "Ainda há muito medo à noite", justifica. "Isso tem muito que ver com a ausência de luz de que falavam", concorda Oliveira Dias, antes de concluir: "Esse problema desaparece assim que as ruas começam a ter vida própria".
Voltando às ideias para a zona, que foram pretexto para a conversa, o arquitecto gostou de quase todas as que o grupo do Bombarte propôs. A cobertura amovível fica de lado - as características dos prédios não o permitem. Mas levar a arte ao Hospital de Santo António (e, já agora, ao Centro de Saúde S. João, na própria Miguel Bombarda, sugere) é uma ideia "muito inteligente e interessante", que os estudantes "devem tomar a liderança de propor", defende Oliveira Dias. E envolver o Museu de Soares dos Reis nas inaugurações colectivas é também "excelente, uma grande ideia", defende. A ligação já foi, aliás, explorada no último sábado de inaugurações, no passado dia 14, explicam os estudantes, e será para repetir. Parece que há vida nas ideias.
Projecto de 1998 adjudicado com dez anos de atraso
02.07.2008
Por enquanto, é apenas um pequeno troço. Mas Filipe Oliveira Dias não tem dúvida de que a Rua de Miguel Bombarda há-de ser toda reabilitada. "Esse é o passo que a cidade vai discutir para a frente. Vamos dar este e, depois, daremos outros. A cidade, não tenho que ser eu", diz.
O projecto concebido pelo arquitecto Filipe Oliveira Dias, com uma intervenção artística de Ângelo de Sousa, engloba a Rua da Boa Nova e um pequeno troço da Miguel Bombarda, entre aquela artéria e a Rua de Adolfo Casais Monteiro. Pronto desde 1998, a expectativa era que a obra estivesse concluída a tempo da Capital Europeia da Cultura no Porto, em 2001, mas só recentemente a Câmara do Porto abriu concurso para adjudicar os trabalhos.
Os estudantes da Filipa de Vilhena estavam espantados. "Porque é que o projecto foi lançado há dez anos e ainda não se fez?", perguntou a Mafalda. A "inépcia", conforme lhe chamou Oliveira Dias, "é difícil de explicar em duas palavras". Mas ele tenta. "A política cultural, de forma transversal a várias equipas da câmara, nunca foi uma prioridade. E o projecto não nasceu como uma ideia municipal, da cabeça de um político que pudesse tirar dividendos da sua concretização", disse. Isto chega para explicar a espera? "Não sei se justifica", admitiu. Mas, à beira de ver o trabalho materializar-se, o arquitecto escolhe olhar para a frente: "O que importa é que sempre se acreditou neste projecto e nunca se desistiu".
A Câmara do Porto abriu concurso para adjudicar a obra em Abril último e o vencedor deve ser anunciado em breve. O prazo inicialmente previsto pela autarquia liderada por Rui Rio para anunciar quem ficaria com a adjudicação dos trabalhos era o final do mês do Junho e não é previsível que haja grandes atrasos apesar de, ontem, fonte do gabinete de imprensa da câmara ter dito ao PÚBLICO não haver ainda uma decisão. Seja como for, o início dos trabalhos está para breve e o prazo de execução é de seis meses, pelo que tudo poderá estar concluído até ao final do ano.
O projecto prevê que o troço requalificado em Miguel Bombarda seja vocacionado para peões, embora não se feche completamente ao trânsito. O conceito de "praça" que será dado a toda zona, associado à inversão do sentido do tráfego na área, levará a que "apenas os veículos que precisam de ir para Miguel Bombarda passem por lá", explicou o arquitecto aos estudantes da Filipa de Vilhena.
O estacionamento naquele local vai ser proibido e o mobiliário urbano incluirá bancos em granito e papeleiras. A iluminação será, também, substituída.
A pontuar o espaço estará o trabalho do artista plástico Ângelo de Sousa. O pavimento vai ser coberto por sete "tapeçarias em betão colorido" e, espalhadas pela zona, os visitantes poderão descobrir uma série de caras simples, em granito, traduzindo diferentes expressões.
Tudo isto não passa, para Oliveira Dias, da "primeira fase" de reabilitação. Da mesma forma que galeristas e comércio alternativo não se ficaram por aquele troço de Miguel Bombarda, também a requalificação se deverá expandir, defende. O segredo: "É um movimento imparável e não imposto por regras municipais".
10 - É o número de anos que tem o projecto de reabilitação do arquitecto Filipe Oliveira Dias e do artista plástico Ângelo de Sousa.
Um arquitecto, cinco estudantes e os colegas deles (todos cheios de ideias)
02.07.2008
Filipe Oliveira Dias, 44 anos
Arquitecto
Espaço favorito na cidade - Não tem dúvidas: "O centro, onde estou a viver e a trabalhar". Pouco antes, já informara que trocara "morar na Foz por viver no centro". Comprou um prédio e reabilitou-o.
Espaço favorito na Miguel Bombarda - Pois, não tem. Ou, melhor, tem: são todos. "O prazer que me dá atravessar a rua longitudinalmente. Todos os dias, descubro lojas e galerias que me convidam a entrar e que não são sempre as mesmas. É divertidíssimo. Há moda e objectos diferentes, coisas fantásticas."
Beatriz Lacerda, 17 anos
Estudante
De onde é - Porto.
O que quer ser - Dá-se bem com Miguel Bombarda: quer seguir design.
Espaço favorito na cidade - Pensa uns momentos, mas, quando responde, é como se a resposta estivesse sempre debaixo da língua: "É Serralves".
Espaço favorito na Miguel Bombarda - Aqui, não é mesmo preciso pensar por um minuto que seja e a resposta até sai em coro com a da vizinha Mafalda. "O Artes em Partes", diz, com um grande sorriso.
Rui Pinto, 18 anos
Estudante
De onde é - S. Mamede, Matosinhos.
O que quer ser - Ter ideias criativas para modificar as cidades vai continuar a fazer parte do seu dia a dia. Quer ser arquitecto.
Espaço favorito na cidade - Não é bem na cidade, mas as fronteiras também já não são o que eram. A eleita é a marginal de Matosinhos. Espaço favorito na Miguel Bombarda - No âmbito do projecto, andou a explorar os arredores da rua. No final de tanta pesquisa, não consegue seleccionar só um local, escolhe dois: a Galeria 111 e o Centro Comercial Bombarda.
Mafalda Moura, 17 anos
Estudante
De onde é - Porto.
O que quer ser - Fala muito, intervém, responde ao arquitecto e aos colegas. Quer tirar um curso de Som e Imagem.
Espaço favorito na cidade - Não vai muito longe dos espaços que percorreu no quarteirão das artes. A sua escolha é o Palácio de Cristal.
Espaço favorito na Miguel Bombarda - Pois, ela é a tal do coro com a Beatriz. Não costumavam frequentar a zona mas agora conhecem todos os cantos. "O Artes em Partes", ri.
João Alves, 18 anos
Estudante
De onde é - Porto.
O que quer ser - É um dos mais participativos do grupo e está sempre muito atento a tudo o que ouve. Espera entrar num curso de Design da Comunicação.
Espaço favorito na cidade - É solidário com o Rui. Passou a fronteira da Circunvalação e gosta da Marginal de Matosinhos. Ou do Parque da Cidade, pronto.
Espaço favorito na Miguel Bombarda - Escolhe duas galerias, as duas fora da rua: a Galeria 111 (D. Manuel II) e a Sala Maior (Adolfo Casais Monteiro).
Pedro Araújo, 17 anos
Estudante
De onde é - S. Mamede, Matosinhos.
O que quer ser - Se tudo correr como espera, vai seguir Design Industrial.
Espaço favorito na cidade - O Pedro fica mesmo no Porto, ainda que consiga espreitar Matosinhos. O local de que mais gosta é do Parque da Cidade.
Espaço favorito na Miguel Bombarda - São dois, mas ambos cheios de ofertas, de tal maneira que não sabemos se podem ser considerados apenas dois ou uma imensidão deles. Gosta do Artes em Partes e do Centro Comercial Bombarda.
De onde todos eles vieram - Escola Secundária Filipa de Vilhena
Os 16 alunos do curso de Artes Visuais envolvidos no Bombarte estudaram não só a Rua de Miguel Bombarda, como as artérias adjacentes, o Centro CCB e o Museu de Soares dos Reis. Os cinco conversadores eram apenas uma amostra dos estudantes que participaram em tudo isto. Aqui fica o nome dos restantes, porque as ideias também são deles: António Granja, Carolina Vieira, Daniela Mota, Gabriela Rocha, Joana Salgado, Joana Costa, José Rosa, José Dias, Romina Mendes, Vasco Lourenço e Gabriela Faria.
Sábado, 28 de Junho de 2008
... à conversa ...
Foi com surpresa que soubemos que o jornal Público tinha contactado com a nossa escola: queriam conversar com o bombarte! Quem nos contactou foi a jornalista Patrícia Carvalho que tinha uma proposta: pôr-nos a conversar com o arquitecto Oliveira Dias que é o autor do projecto de requalificação da rua Miguel Bombarda. Lá fomos! Finalmente conhecemos o arquitecto tão falado ao longo do ano. Conhecíamos as suas propostas para a rua e percebemos que ele conhecia bem o nosso blog!
À volta de uma mesa estavamos nós: Beatriz, Mafalda, Rui, João e Pedro.
As condições da connversa eram claras: a jornalista e a professora de projecto não podiam falar! Estava prevista uma hora e acabámos por ficar mais de duas! Foi importante perceber melhor as propostas do arquitecto para a rua e ele ouviu as nossas dúvidas e ideias. Mas para além disso, ficámos a conhecer muito melhor alguns dos problemas do Porto: a desertificação da cidade, o problema do comécio, as casas abandonadas, os riscos que se corre se não se actuar rapidamente.
Ficámos preocupados com as perspectivas futuras e achamos que trabalhos como o que fizemos podem ajudar. Vamos ver se a notícia sai. Mas a experiência foi mesmo muito boa!
Prémio Porto do CCC
Ganhámos o primeiro prémio, ex-aequo com o Colégio dos Orfãos, o prémio da Câmara Municipal do Porto. Pensamos que basta ver as fotografias para se notar que ficámos mesmo contentes. Há poucas imagens das nossas reacções porque a professora ficou tão nervosa que desatinou a máquina!
Foi importante para nós termos ganho este prémio porque reconhece que conhecemos bem a zona que estudámos e que as nossas propostas são válidas.
Pode ser que o nosso trabalho tenha influência na requalificação da zona de Miguel Bombarda.
Segunda-feira, 2 de Junho de 2008
As nossas propostas
As nossas propostas, resultam da análise que fizemos do espaço que escolhemos para o nosso projecto. Pensamos nelas à medida que íamos avançando nos contactos, no conhecimento da zona.
Concluímos, nesse levantamento que há propostas criativas e não criativas, e que ambas são necessárias para o que está mal, mude! . Gostaríamos que estas medidas fossem concretizadas para se poder passar para outras ainda mais criativas.
Passamos a expor, brevemente, as nossas ideias não criativas e criativas.
Ideias não criativas
Numa determinada fase do nosso trabalho, decidimos registar no nosso blog que concorre às Cidades Criativas, ideias não criativas! São ideias que pela sua evidência deveriam ser postas em prática! Continuamos a pensar, passados meses desse post, que há medidas de base que são essenciais para o equilíbrio de uma cidade, de uma zona de uma cidade. O caso da zona de Miguel Bombarda não é muito diferente de outros no Porto. Fomos, talvez, mais sensíveis pela visibilidade que a área tem, pela importância até para o turismo e para todos aqueles que, ligados aos artistas expostos nos visitam.
Aqui vão algumas medidas, fáceis de aplicar:
- remoção regular do lixo
- limpeza da rua
- mais iluminação
- acabar com o trânsito automóvel
- alargamento dos passeios
Não são propostas criativas, mas são absolutamente fundamentais para que a zona de Miguel Bombarda se torne numa zona mais equilibrada. Depois de concretizadas, todos poderemos dar mais liberdade às ideias criativas!
Ideias criativas
Do levantamento que fizemos dos problemas e das potencialidades da zona apresentamos algumas propostas. Foram sendo construídas ao longo do tempo, no contacto com a realidade. Parecem-nos simples, mas quando as partilhámos com alguns interessados, mostraram-se pessimistas. Mas nós acreditamos!
A maior parte das nossas propostas envolve as pessoas e a forma de se organizar. Tendo em conta o espaço – Porto antigo – não faria sentido apresentarmos projectos arquitectónicos arrojados. Por outro lado, percebemos que as grandes mudanças passam pelas pessoas, pela forma de se organizarem e relacionarem. E a criatividade pode aparecer aqui, nesta área das relações humanas.
Seguem-se as ideias que pensamos ajudar a resolver os problemas da zona de Miguel Bombarda, trazendo as pessoas para este centro de cultura e de arte contemporânea.
Cobertura amovível e acessibilidades
Uma das questões que se colocam, sobretudo no Outono e Inverno é o efeito do mau tempo no conforto de quem percorre a rua Miguel Bombarda. Pensamos que, transformada em rua pedonal, Miguel Bombarda poderá ser um espaço onde esplanadas e outros equipamentos tornem possível que as pessoas permaneçam na rua, convivendo, mesmo com mau tempo.
Numa reestruturação da zona, devem estar previstas as condições que permitam que as pessoas com deficiência tenham acesso às galerias e lojas como qualquer outro cidadão.
Manter o comércio tradicional e fixar a população
Pode parecer uma contradição, mas manter o comércio tradicional, vai contra a corrente! Neste caso, achamos que é criativo manter as mercearias (já poucas!) o talho, as oficinas de automóveis, o sapateiro, as lojas tradicionais de roupa, as casas de hóspedes, as creches, etc.
Se daqui a 15 anos estes estabelecimentos se mantiverem, prova-se que houve a criatividade de não transformar a zona num “parque temático” só frequentado por determinado tipo de pessoas. Que esta área mantenha fixada a sua população de origem, e que para além das galerias e “lojas de conceito”sobreviva algum comércio tradicional, é nos dias que correm, uma ideia criativa.
“Abrir” o Museu Nacional Soares dos Reis
O Museu Nacional Soares dos Reis fica mesmo na zona de Miguel Bombarda, mas não tem qualquer papel na dinâmica cultural da zona. A nossa proposta vai em dois sentidos:
- utilização dos jardins do museu, por exemplo, nas inaugurações. As características das ruas não facilitam a festa, pelo que os jardins do museu seriam uma óptima alternativa. Tornavam público o uso de uma área muito bonita e que não é do conhecimento da população. Seria uma forma de manter os jardins em bom estado (neste momento, estão quase abandonados).
- organização de uma exposição colectiva constituída por obras dos artistas expostos nas galerias aquando das inaugurações. . Cada artista estaria representado por uma obra nessa exposição temporária, que se renovaria no período seguinte. Deste modo, a arte contemporânea estaria representada no museu, o que nos parece uma proposta fácil de concretizar.
A concretização destas duas sugestões traria outra vida ao museu e seria vantajosa para os galeristas e artistas. Mas seria o público quem mais beneficiaria com esta aliança.
Ir para o Hospital!
O Hospital Geral de Sto. António é uma instituição frequentada diariamente por milhares de pessoas. É um grande edifício que combina uma parte antiga e uma outra construída recentemente.
Levar a arte para o hospital seria muito positivo para o pessoal que lá trabalha, para os doentes e para as visitas. Sugeríamos que os galeristas e os artistas pensassem numa forma de, com regularidade, organizar exposições numa zona a definir pela administração do hospital. Trazer a arte para o hospital só pode beneficiar quem o frequenta e, também os artistas que dão a conhecer a sua obra.
Produzir roteiros áudio
Uma das perguntas que fizemos no início do ano e que agora nos faz rir, foi a de pensar que teríamos de pagar para visitar as galerias. Por outro lado, não nos sentíamos muito à vontade para entrar nas exposições, porque não estávamos habituados. No período das inaugurações, mas sobretudo, nos outros dias, percebemos que as pessoas não tinham orientação nas suas visitas. Daí ter surgido a ideia de produzirmos um roteiro áudio que nos serviu de ensaio.
A nossa proposta para o futuro é que, para cada período de exposição se produza um roteiro áudio a disponibilizar na internet e que poderia ser descarregado pelos interessados. Cada galeria produzia uma parte do texto em que se apresentava a obra exposta, uma biografia do artista e outros dados que considerassem interessantes. Estes roteiros tornariam as visitas mais interessantes e as pessoas ficavam mais cultas. E os artistas conhecidos!
Criar um espaço para os novos
Seria importante constituir um espaço especial para que jovens artistas possam expor os seus trabalhos. Esta estrutura poderia ser gerida por um núcleo de pessoas organizadas num modo flexível que a seguir propomos. Este espaço poderia ser animado por tertúlias, debates, aulas abertas, workshops, etc.
Organizar de forma inovadora
Das entrevistas que efectuámos e das conversas que tivemos deu para perceber que não há muito entendimento entre as pessoas que têm galerias e lojas na zona. Percebe-se que a coordenação está toda centrada nas inaugurações. Nós achamos que nada terá efeito positivo, se não houver uma coordenação de esforços entre todos. Mas achamos que esta organização se deveria abrir a outras pessoas da cidade.
Assim, propomos que se constitua uma comissão em que estejam presentes representantes das galerias, das lojas, do museu, da junta de freguesia, dos movimentos de jovens artistas da cidade (que podem não expor na zona mas que têm um papel importante na vida cultural e artística). Por acharmos que as escolas deveriam ter uma presença mais significativa neste espaço propomos que estivesse presente nessa comissão, uma pessoa ou mais pessoas ligadas à educação para estabelecer os contactos e orientar a intervenção junto das escolas.
Como na nossa pesquisa encontrámos tantos blogs de pessoas interessadas pela vida do Porto, seria interessante procurar contactar os mais activos para constituir, por exemplo, uma comissão consultiva que ajudasse a pensar a zona na cidade.
Achamos que esta proposta, que parece tão simples, é a que exigirá mais esforço e criatividade. Se esta organização se conseguir assegurar, as outras propostas serão fáceis de concretizar. Achamos mesmo que as propostas mais criativas surgirão deste núcleo de pessoas que abrindo-se à cidade, terão possibilidade de colocar Miguel Bombarda no mapa do nosso país e, porque não, da Europa.
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008
... mesmo a sério
Grande parte das casas da zona de Miguel Bombarda tem quintais nas traseiras. Talvez por essa razão se vejam vários gatos e gatas na rua ou em cima dos muros.
Como fazem parte da integrante do meio, aqui vai este grupo fotografado em frente à galeria Arthobler.
Domingo, 25 de Maio de 2008
Artes em Partes
Há 10 anos, Marina Costa (também gestora do CCB) decidiu dinamizar a casa nº 456 da Rua Miguel Bombarda.
Na altura só existiam cerca de 3 galerias na rua e surgiu a oportunidade de alugar aquela casa e de tornar aquele espaço num sítio com intervenções. Seria o lugar onde diferentes movimentos artísticos poderiam manifestar o seu trabalho. Dai o nome Artes em Partes, por tentar conjugar e reunir vários tipos de arte.
Marina Costa juntou alguns amigos, que tinham projectos originais e subalugou os espaços da casa: com a renda de todos dava para pagar a renda geral ao senhorio. O objectivo de início era ocupar a maioria das salas com galerias; mas os projectos foram-se desenvolvendo e, agora, podemos encontrar também lojas de mobiliário, de roupa, bijutarias, discos, etc.
É uma casa antiga que manteve tanto a fachada como o interior, com tectos altos e grandes escadas como as casas de antigamente. O mais engraçado é ver as pessoas jovens a entrarem e a aperceberem-se que nem todas as casas típicas têm que estar desaproveitadas e degradadas e que “também pode haver um espaço para elas” nas nossas cidades.
O Artes em Partes é uma referência em Miguel Bombarda e na cidade do Porto.
Rota do Chá
Mal entramos no edifício Artes em Partes, deparamo-nos com o cheiro a chá e um ambiente marcadamente oriental.
Foi há 6 anos, em 2002, que Miguel Ortigão decidiu trazer para Miguel Bombarda um projecto novo. Na altura não havia nada parecido, e esta rua era o local ideal na medida que é frequentada por pessoas “alternativas” que gostam exactamente de coisas novas e diferentes.
Para quem não conhece, o espaço é constituído por 3 salas com ambiente oriental e um jardim inspirado na cultura japonesa. Como o nome indica – Rota do Chá – neste espaço o proprietário procura ter chás de todas as proveniências e países produtores. É possível fazer-se uma viagem por todos esses locais que as pessoas podem “visitar” através do chá.
Funciona também como restaurante ao fim de semana e serve almoços durante a semana, apostando numa emenda sempre variada. Tem ainda uma loja com todos os chás à disposição para venda. Lanchar na Rota do Chá é uma experiência única!
Matéria Prima
Esta loja abriu no mesmo ano que o edifício Artes em Partes, sendo das primeiras da casa. Ocupa o R/C e é logo a primeira loja que os visitantes encontram quando entram no edifício.
Este espaço é gerido por 3 sócios e o projecto começou por funcionar com serviço de encomendas e entregas. Só mais tarde é que tomou a forma de loja.
O estilo de música que vende é fundamentalmente Rock e música Alternativa, mas podemos encontrar também outros géneros musicais e muitos livros.
Os sócios tentam dinamizar o espaço, convidando artistas para tocar na loja e promovendo eventos em parceria com Casa da Música, Pitch, etc.
Guignol
Guignol é uma galeria de arte, fundada pelos alunos do Mestrado de Design de Imagem da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, que inaugurou no dia 28 Fevereiro, supostamente na rua Miguel Bombarda no nº410b.
Porquê supostamente? Porque esse número de porta não existe logo, faz-nos concluir que é algo que vai de encontro ao conceito da patafísica, do absurdo e imaginativo, do não palpável nem físico. É uma galeria virtual? É difícil um termo para classificar esta experiência.
Como não dispõe de qualquer espaço físico, as exposições podem ser vistas através do site: www.guignol.tk/
In.Transit
In.Transit é uma das salas subalugadas do edifício Artes em Partes. É um Project room comissariado por Paulo Mendes, que iniciou a sua actividade em Julho de 2002, e deu continuidade ao projecto W.C.Container (1999-2001) – que foi um antigo projecto num outro espaço do Artes Em Partes também comissariado por Paulo Mendes, licenciado pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, que concebeu para a casa de banho da casa que alberga o Artes em Partes um projecto bastante particular, que teve uma extensão de dois anos e meio.
W.C. Container juntou num único projecto de comissariado não só artistas muito jovens que começaram a trabalhar em finais de 90 (como Leonor Antunes, Inês Pais e Francisco Queirós mas também artistas da geração de Paulo M. como Pedro Cabral Santos, Miguel Palma, Alexandre Estrela e Miguel Soares).
O espaço In.Transit pode ser entendido como uma zona laboratorial, propondo-se que neste espaço os autores possam testar novos tipos de trabalho através de desafios propostos, seja ao nível da conceptual, seja a nível de parcerias de trabalho ou site specific. As obras apresentadas são apenas concebidas e desenvolvidas especificamente para este espaço expositivo, e não poderão ser transportadas ou expostas noutro sítio.
Os três artistas que expuseram neste espaço foram: 34 Bento Duarte, 35 Paulo Mendes 36 Carla Filipe. Esta artista apresentou uma série de, aproximadamente, 100 desenhos que relatam viagens realizadas.
Ao longo da sua existência têm sido apresentadas exposições ligadas a diversas áreas como fotografia, design, arquitectura e outras expressões de arte contemporânea.
Sábado, 24 de Maio de 2008
Cirurgias Urbanas
A “Cirurgias Urbanas” é uma loja fundada por Daniel Magalhães, Maria Amarante e Marta Campos e que se dedica a várias actividades na área da qualificação do espaço sempre com o objectivo de estabelecer o entendimento e a harmonia entre os elementos: cidade, casa, móvel, paisagem, jardim e árvore.
A arboricultura é uma das áreas na qual a “Cirurgias Urbanas” dá mais destaque: manutenção e tratamento das árvores através de técnicas avançadas. Nas intervenções arquitectónicas procuram respeitar o local e a sua identidade, combinando estética, criatividade e funcionalidade.
A parte mais visível na loja são as peças de mobiliário em que procuram apoiar-se nas linhas naturais dos elementos recorrendo a técnicas artesanais. As peças são desenhadas conforme o pedido de cada cliente.
O espaço de entrada é o show-room que além de expor alguns dos objectos desenhados pela equipa recebe, entre outras, exposições de pintura, escultura e instalações.
Cirurgias Urbanas
Rua do Rosário, nº 147, 4050-523, Porto
Um hotel: Eurostars das Artes
O Eurostars das Artes é um hotel que faz parte da cadeia Eurostars Hotels que está vocacionada para clientes que se dedicam sobretudo a negócios ligados com a cultura. Estes hotéis organizam uma série de eventos relacionados com a actividade artística o que os leva a procurar, nas cidades onde se estabelecem, uma localização estratégica com a cultura. Por isso, o local escolhido no Porto foi a zona Miguel Bombarda.
Inaugurado em Maio de 2005, o hotel segue uma linha de design interior de luxo. Como na maioria da lojas também nos confirmaram que o hotel regista maior afluência em dias de inaugurações chegando à lotação máxima. O Eurostars das Artes mantém uma associação com as galerias da zona.. A maioria dos quadros dispersos pelo hotel provém das galerias a que estão associados.
Eurostars das Artes
Rua do Rosário, nº 160
4050-521, Porto
Da Vinci
As molduras estão intimamente ligadas à produção artística. A Da Vinci foi inaugurada há 12 anos e tem como responsável Antero Gonçalves. Para além do comércio das molduras, a loja também expõe e vende algumas obras de arte ao público embora não tenha esteja associada a qualquer galeria da zona.
Da Vinci
Rua do Rosário, nº 154 r/c,
4050-521, Porto
Sexta-feira, 23 de Maio de 2008
À entrada
Nas várias saídas que fizemos e nas inaugurações em que participámos trouxemos flyers que coleccionámos. Com estes materiais fizemos uma exposição na entrada da escola: "MB na ESFV - Miguel Bombarda na Escola Secundária Filipa de Vilhena"
Aproveitámos para divulgar o nosso blog espalhando o nosso endereço por todo o lado. As reacções foram muito boas! Vamos continuar a promover as ruas das galerias que são "museus" de arte contemporânea acessíveis a todos. Bora lá para Miguel Bombarda!
Na "inauguração", a turma fez-se à fotografia ...
Segunda-feira, 19 de Maio de 2008
Aconteceu ....
O computador onde alojamos o trabalho que vamos produzindo, avariou!
Temos vários textos prontos para postar, acompanhados pelas respectivas fotografias. Técnicos, mecânicos amigos estão a procurar resolver o problema. Entretanto, esperamos e concluímos que é essencial fazer seguranças regulares dos trabalhos que temos nos computadores.
Para além dos materiais a postar, estamos a trabalhar no dossier de projecto e nos portefólios e relatórios individuais. Ao fazermos estes documentos, preparamos o relatório e o poster a apresentar ao Concurso Cidades Criativas.
Aqui vai a imagem do lugar onde estão os textos a postar. Esperemos que o problema se resolva rapidamente. E não esqueçam: façam seguranças dos trabalhos!
Terça-feira, 13 de Maio de 2008
Visita ao Museu Colecção Berardo - CCB
No passado dia 6 de Maio, a nossa turma fez-se à estrada e foi visitar o Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém.
Além de ter sido uma experiência única (e muito saborosa, graças aos típicos pastéis de Belém), esta visita foi muito proveitosa para nós, porque deu-nos oportunidade de conhecer um pouco mais de alguns movimentos artísticos como o minimalismo, o surrealismo, entre outros.
http://www.berardocollection.com/?ToplevelID=42&lang=pt
(Alguns marcos do nosso itinerário para breve!)